Vôlei – Museu Flamengo
O Rolinho compressor da Gávea
Time de volei feminino do Flamengo anos 1970
Leila e Virna

O Rolinho compressor da Gávea

Time de volei feminino do Flamengo anos 1970

Leila e Virna

A história do vôlei no Flamengo é gigante e repleta de nomes históricos do esporte nacional. A modalidade já era praticada no Clube desde o fim dos anos 1920, o que levou o Mengão a ser um dos fundadores da pioneira Liga Carioca de Vôlei, em 1938.

O primeiro título veio em 1940, na Segunda Divisão masculina. O esporte no clube viveria sua primeira era de ouro quase uma década depois, no masculino e – com maior destaque – no feminino. O time, dirigido por técnicos como Passarinho e Zoulo Rabello, recebeu o apelido de “Rolinho Compressor”, em alusão ao time de futebol da época, chamado de “Rolo Compressor”. O time de vôlei feminino era uma das paixões do presidente Gilberto Cardoso, que enchia seu Cadillac com as atletas, para levá-las aos ginásios, e assistia aos jogos atrás do banco de reservas, sendo o responsável por carregar os agasalhos de um lado para outro a cada troca de quadra.

O Rolinho entrou para a história com nomes como Carmen Castelo Branco, Carmen “Godinha” Pereira, Helena Miceli, Leila Peixoto, Lígia Rodrigues, Lylian Collier, Maria Pequenina Azevedo, Marina Felistre, Marlene Shenkel, Norma Vaz e Rosa Maria O’Shea. A equipe se sagrou campeã carioca em 1951, 1952, 1954 e 1955. Foi o primeiro time de vôlei feminino a excursionar fora do Brasil: viajou ao Peru em 1953, disputou 19 partidas e venceu todas. Na mesma década, o time masculino também foi campeão carioca quatro vezes, liderado por John O’Shea, marido de Rosa Maria O’Shea, estrela do time feminino.

Outra façanha do Rolinho foi ter jogado no Maracanã, para um público estimado de 40 mil pessoas, no dia 10 de outubro de 1953. A ação foi ideia de Mario Filho, idealizador e organizador dos Jogos da Primavera, competição que reunia várias modalidades no Rio de Janeiro. Na final do vôlei feminino daquela edição dos Jogos, foi necessária uma partida extra entre Flamengo e Fluminense, e as rubro-negras venceram no maior estádio do mundo por dois sets a um, de virada, com parciais de 13×15, 17×15 e 15×10.

Anos mais tarde, outro time feminino marcaria época. Dirigido por Ênio Figueiredo, a partir da metade dos anos 1970, a equipe tinha Isabel Salgado, Jacqueline “Jackie” Silva e Regina Vilela. Entre outros títulos, esta geração conquistou um bicampeonato brasileiro em 1978-1980 (em 1979 não houve competição) e o título sul-americano em 1981, vencendo um Fla-Flu em Sucre, na Bolívia. Em 1982, já treinadas por Frederico Marcondes, as meninas rubro-negras venceram a primeira edição da Copa Brasil de Vôlei Feminino, disputada em Belo Horizonte. Na final, o Mengão venceu o Paulistano.

No início dos anos 2000, um novo time feminino encantaria a todos, com Virna, Leila, Tara Cross e Valeskinha, dentre outras. Comandadas pelo treinador Luizomar de Moura, o Mengão foi campeão da Superliga Feminina 2000/2001. Na decisão, no dia 17 de abril de 2001, elas bateram o Vasco em um set de desempate emocionante no Maracanãzinho.

Depois dessa conquista, o time se desfez e o Flamengo passou a disputar a Superliga A até a temporada 2005/2006.

Em 2018, após ficar anos longe das quadras, o Flamengo reativou seu time adulto de vôlei feminino, estreando no Campeonato Carioca e na Superliga C. Após campanha campeã na Superliga C, se classificou para a Superliga B de 2019, e sagrou-se vice-campeão ao ser derrotado na final pelo CC Valinhos, alcançando a promoção a Superliga Brasileira de Voleibol Feminino de 2019–20 – Série A.

Em 2020, em meio à pandemia da Covid-19, o Flamengo e o Sesc RJ, do técnico Bernardinho, firmaram parceria. Em três temporadas foram três títulos estaduais. Na Superliga o time vem lotando os ginásios e fez três semifinais seguidas, terminando entre os quatro melhores no cenário nacional.

No masculino, além de John O’Shea, um exemplo de amor ao Clube, o Flamengo contou com jogadores do naipe de Bernard Rajzman e Bernardinho no final dos anos 1980. Nalbert, cria da base rubro-negra, começou a carreira no clube com 14 anos de idade. Tande, já campeão olímpico, veio pra Gávea nos anos 1990.

Créditos das Imagens: Esporte Ilustrado; Reprodução.