Manto Sagrado – Curiosidades – Museu Flamengo

O MANTO QUE TODOS DESEJAM

Em 1977, o Flamengo recebeu o Cosmos, de Nova Iorque, para um amistoso. O jogo aconteceu na noite de 14 de outubro, no Maracanã, e o Mengão atropelou: 4 a 1, com dois gols de Zico, e Luís Paulo e Tita fechando a conta. No final do jogo, o uruguaio Ramirez, que havia entrado no lugar de Toninho Baiano, quase causou um incidente diplomático. Para os jogadores do time americano, era de praxe trocar de camisa com um adversário após o jogo. Um deles se aproximou de Ramirez, estendeu sua camisa do Cosmos e foi puxando a rubro-negra, que Ramirez já havia tirado do corpo, segurando na mão. Ramirez se recusou e o adversário se sentiu ofendido. A confusão se desfez com os funcionários brasileiros do Cosmos explicando ao jogador que, no Brasil, a troca não era automática. Ramirez não atendeu aos pedidos, que continuaram, e justificou: “Eu tenho a camisa que todo jogador gostaria de usar. Por que vou trocá-la? O que eu queria, consegui: ganhar deles”. E desceu para os vestiários, segurando firme o seu Manto Sagrado de número 13. Não mentiu!

 

PAIXÃO QUE NÃO TEM PREÇO

A delegação do Flamengo estava no Aeroporto de Confins, de Belo Horizonte, aguardando o voo de volta para o Rio, após eliminar o Atlético nas semifinais da Copa União, em 1987. Já na sala de embarque, surge um torcedor rubro-negro, e vai abordando atleta por atleta, oferecendo alta soma em dinheiro por um camisa do Mengão. “Aqui em Belo Horizonte é impossível encontrar, pago qualquer valor”, dizia ele. No entanto, os jogadores explicavam que o material já havia sido despachado. Então chegou o lateral Leonardo, que, notando a aflição do torcedor, disse que tinha uma camisa na sua bolsa de mão. Segundo os repórteres que acompanhavam a delegação, o fã ficou atônito e sem reação. Leonardo tirou o Manto Sagrado da bolsa e o estendeu na direção do torcedor, que puxou um grande maço de dinheiro e ofereceu para Leonardo. “Obrigado, amigo, mas não precisa pagar. Esta camisa é um presente do Flamengo para você. É um símbolo da nossa paixão e não tem preço”. E ficaram todos felizes: o torcedor, que ganhou o Manto, e Leonardo, também torcedor, mas que vivia o sonho de jogar no seu time de coração ao lado de Zico, e estava prestes a conquistar o título de campeão do Brasil.